domingo, 25 de dezembro de 2011

Fotos do PARQUE FARROUPILHA

Mosaico de fotos colhidas em março de 2006, registram o estado dos monumentos de alguns locais do Parque Farroupilha. Fizeram parte de um dossiê enviado ao Prefito Municipal e Secretário do Meio Ambiente em abril daquele ano.
 Ali aplicaram a teoria das "Janelas Quebradas" desenvolvida por professor americanos e comprovadas na prática. Primeiro levam, um depois outro e assim sucessivamente, até que um dia nada mais restou. Porque? Pelo fato de nunca, um ato dos vândalos, ter sido punido pela lei ou reparado.   Ao longo desse tempo, nehum medida admistrativa foi tomada. Aquele "mundo" é da marginália.
 A UFRGS, que era palco das mesmas agressoões, resolveu o problema. Simplesmente assumiu a resposabilidade de cercar, aqule patrimônio, representado pelos prédios do Campus Central. Mostrou que os templos doa saber, tem de serem respeitados.

S.O.S. Parque Farroupílha

  Nosso tradicional Parque Farroupilha, ponto de atração e lazer da cidade, vem sendo degradado pelo vandalismo desenfreado, ocasionado pela indevida ocupação, das mais desvairadas tribos, que soturno da noite, ocupam seus gramados e recantos, tornando-os palco de atos de depredação e orgias.
   A noite acontece de tudo naquele local, é ponto de comércio e consumo de drogas, e de prostituição.
   O que não foi levado ficou pichado ou quebrado, pelas mãos de devassos e malfeitores, que permanecem no anonimato e à margem da lei, incentivado pela impunidade. Bustos, placas de bronze e lápides desapareceram e levaram consigo toda a história de cada fato registrado em cada monumento.
  Policiamento e câmeras de segurança são insuficientes e inoperantes, pois os resultados estão expostos para todos contemplarem. São mais trinta e cinco monumentos depredados. 
   Hoje, nos mais importantes locais do Parque, onde antes existiam belos e ricos monumentos, encontram-se carcaças e esboços em granito, onde antes um vulto da história pátria fora homenageado ou uma efeméride, registrada no bronze. Levaram parte da memória histórica cultural que estava perpetuada em praça pública.
   São Paulo e Rio de Janeiro, com seus parques cercados, com horários estabelecidos de funcionamento, são locais seguros e aprazíveis para o lazer. Recentemente no Rio, foi cogitada a retirada das grades, mas a idéia, não prosperou. Aqui para se pensar em cercar os parques, precisamos fazer um plebiscito!  Quando e quem vai custear? Enquanto isto a degradação continua.
  A cidade que se prepara para receber parte da Copa do Mundo, com avenidas, elevadas e tantas melhorias, poderia olhar para um patrimônio como o PARQUE FARROUPILHA.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Piquete Grito da Liberdade

As fotos e textos, que recuperei, relativos a Semana Faroupilha que não tinham aparecidos, no Blog do assunto.
Na foto, cortando um costilhar, acho que de zebu, bem criado, pois a carne que o Patrão Mota,esperava de Bagé. Não chegou, a tempo, visto  a Sanga do Seival, não ter dado passo. Foi muita chuva por lá, deculpa de "balaqueiro". Mas o bom da festa, é que todos cortaram grosso, como se fosse um Angus ou Hereford do Alegrete. Claro que depois de rolar muito trago, ninguém acha defeito em nada, principalmente quando a carne é sem pesar.

Pela tarde, com a chegado do Conjunto Luiz Américrio, fizemos um coro do "Canto Alegretense", com o Patrão Mota no bumbo legüeiro. Estava de lenço maragato que ganhei quando guri lá em Encruzilhada, e sovado em minhas duas campanhas politicas.  Bota e bombacha do Alegrete, guaica de couro de veado pardo, presente do mano Pageú. Na mão um velho bichará em lã de ovelha crioula, herdado do meu finado avô Clodomiro. Tudo isto, na tal de "Semana Farroupilha" onde a indiada se reune durante todo o mês de setembro em torno de mais tresentos galpões onde rola, muito trago, mate, carne gorda, ronco de sanfonas e se joga conversa fora. São muito folgados...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

GUERRA DAS MALVINAS FAZ VITIMA EM CACIMBINHAS

Corria o ano de 1982, quando Argentina e Reino Unido entraram em luta pela posse da Ilha das Malvinas. Foi um conflito que despertou interesse, face o poderio de fogo dos ingleses, frente os argentinos.
    Ninguém era indiferente ao episódio, muito menos em Cacimbinhas, onde cada um tinha sua posição.  Noticias radiofônica eram seguidas a fio, na promissora Vila, pois pouca coisa tinham a fazer a não ser jogar, tomar trago, matear e falar da vida alheia.  O preço do boi estava bom e não se falava em aftosa por perto, era tudo que a indiada queria. Benza Deus diziam os que mais boi gordo tinham.
     Neste panorama, numa fria manhã de maio, a gauchada reunida numa “Cancha de Tava”, também conhecido por jogo de osso (jogado com o osso astrálgo, do jarrete do bovino, explicação para os leitores estrangeiros, é  originário da Grécia). Bueno chega de cultura, voltamos aos fatos.
      A jogatina seguia firme e discutiam a tal e guerra dos correntinos, o “coimeiro” vendia fichas enquanto as parcerias se formavam e entravam na cancha, e se ouvia, também “suerte” ou “culo”, na linguagem da tava.
  Chega o Quida Chimango, sub-delegado, estudado em Pelotas, cheio que nem “pinico de velha” e fala grosso: - calem a boca ignorantes, vocês nem sabe onde fica a Argentina. Foi o que bastou, para o jogo terminar e o Lico saltar na goela do Chimango, que sacando seu 38  lascou bala no agressor. Oitavado no balcão, do bolicho, tomava uma purinha o velho arruaceiro Ari Pistola posteiro na fazenda de Lico, vendo o patrão estendido, com seu trabuco, mandou chumbo bem no coração do Quida Chimango, que caiu fulminado. Lico  atendido a tempo se salvou.  E o valente atirador Ari Pistola preso, foi condenado.  
 E assim, Quida Chimango foi o único brasileiro a tombar, pela causa das Malvinas.
  Um dia os historiadores irão registrar esse fato e verão então que não é prosa minha.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aos Meus Leitores (07/11/2011)

Face às mensagens, respondo (parte) dos inúmeros contatos.  O editor necessita do feedback, para avaliar seu trabalho.    Assim agradeço as manifestações, e  tentarei dar algumas respostas aos leitores:
   Lucas Azham – Camaquã – RS – Fiquei confuso, com o adjetivo Alegretino - Meu Guru Lucas, segundo Barão do Katutinha não é qualquer “guasca de fora”, que pode adotar esse título, só gente muito especial que chegando lá, assina a Gazeta do Alegrete, entra  num CTG e  freqüenta a Sociedade.
  João Gota- Cacequi RS – Obrigado pelas estimulo. - Não sabia que o gado Wagiu, já tinha chegado nessas plagas. Valeu guri. Quero cortar essa carne ai, criatura. As melancias da são muito buenas.
   Cecílio Hieth. – Porto Alegre – RS -Oi agora, posso dizer, tenho um amigo Blogueiro. - Rapaz fecha a garrafa mais cedo e vai sobrar tempo para fazer o teu. Obrigado pela tua lucidez.
   Robespiere Hagga – N.H. – RS- É coisa para quem não tem nada para fazer. Já fiz tudo.
   Waldo Bier. – São Paulo – SP – Não tenho tempo para ler estas coisas. - Bem tchê tempo é questão de preferência.  Vou respeitar tua vontade, não mandarei mais. Continua o mesmo, só gosta de cerveja.
    Verônica Ciesa – Rio –RJ. Adorei, ri muito com os causos.  A descrição das viagens e estada aqui, ficaram ótimas. A final Cacimbinhas existe? - Claro foi lá que nasci.  Obrigado Senhora, pela opinião, quando se agrada um, se está pago.
     Natálio Pires. – Alegrete – Estas estórias são para Festival da Mentira de Nova Bréscia. - Vou pensar. Na vida também se trabalha com o irreal.
    Verônica Tex - Florianópolis – SC – Surgiu um novo escritor na família Félix. - Longe disso sou apenas um copiador e conto só o que ouvi e muito mal. Escritora é a prima Sun Oliver.
    J. Boca Nara - BH – MG – O mestre está se revelando. - Obrigado querido aluno, ainda bem que superaste o teu professor. Lembras ainda do pêlo da vaca holandesa? Manda noticia de nossa mina em Itabira.
   Luiz Melão – São Paulo – SP. Tenho rido muito com teu blog, tocaio. Cuidado com essa Ponte. Os argentinos vão querer transferir Buenos Aires, para o Alegrete. - Valeu tua preciosa  e inteligente preocupação. Vamos tomar medidas e reforçar a segurança na Ponte. Freud explica e instinto de certas pessoas.
  Benedito Pirelli - Dom Feliciano – RS – Te preocupando com lixo, ora essa, aqui nós enterramos todo o nosso e acabou. - Bueno tchê, fazem então como o avestruz, frente ao problema enterra a cabeça. E as nascentes das restingas como ficam?
   Luiz Galo – Uruguaiana- RS - Não gostei da tua última história, estamos preparando o contra ataque com uma barragem no Rio Uruguai, para inundar esta maldita invenção de chineses. Aguardem.  - Mas vai te deitar piá, furamos  essa barragem a pelegaços e pata de cavalo no mais. Não provoquem mais essa gente do Honório Lemos. Não vem dar de Galo que te rebaixamos para Pinto.
   Paco Behr – Uruguaina – RS – Por telefone. A Academia de Letras de Uruguaiana cancelou teu ingresso, na cadeira 37. Foi declarado “Persona Non Grata” da Vila, pela Câmara Municipal. - É o preço da glória, Aqui se faz aqui se paga. Será que ofendi a vizinhança. Paco. Estou preocupado.
  Luigi Primo – POA- RS – Gosto de tua redação. - Fiquei perdido Luigi, com tua opinião, a maioria não gosta e joga pedra. É muito bondade tua, para com este pobre Marquês.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Doutor Clovis Itaqui Trindade

Doutor Clóvis Itaqui Trindade - Benemérito Médico Pediatra e Sanitarista de Encruzilhada do Sul.
Como chefe do Posto de Saúde implantou Programas para diminuir a mortalidade infantil incentivando o aleitamento materno, assistindo crianças, com medicamentos,  vacinas e distribuição diárias de mamadeiras, para os arentes até a didade de 3 anos.
Desenvolveu também ações para implantar  hábitos de higiene e para isso contava com uma equipe de Visitadoras Sanitárias, que semanalmente assistiam as famílias, do programa.
As gestantes eram também acompanhadas. No Posto, tinha um dia da semana, para cada tipo de atendimento : crianças, pessoas da zona rual, idosos, portadores de doenças cronicas e prostitutas (visando o combate a doenças venéreas)    
No monumento existente na Praça Silvestre Corrêa, tem uma placa que traduz toda a  estimada da cidade ao seu médico humanitário, prematuramente falecido. Que diminui a mortandade infantil, e contribuiu para o crescimento de uma infância sádia.


BENEDITINO DA CIÊNCIA. POBRE NO HEROÍSMO DE SEU SACERDÓCIO. 
MILIONÁRIO NA COMOVIDA GRATIDÃO DESTE POVO”                                                              

domingo, 20 de novembro de 2011

Prédio da Fundação Iberê Camargo, obra do Arquitero Português Álvaro Siza, contrsruido num único bloco(sem pilares e vigas), em concreto branco, técnica aprovada, pois até agora suas paredes não oxidadaram, nem paresentam manchas perceptíveis. Local ideal para um fim de tarde, e da cafeteria se apereciar o Por do Sol no Rio Guaiba. O estacionamento fica sob o leito da avenida.

sábado, 19 de novembro de 2011

Trabalho Descente

Os tempos mudaram, e os ideólogos do protesto também, se acomodaram mesmo. Onde andam aqueles grupos de estudantes e sindicalistas que saiam as ruas, protestando, ao mínimo sinal de algo fora das suas cartilhas?
Agora onde moram? Abandonaram as trincheiras. É uma lástima. Devem estar “vivendo sem obrigações e gozando sem trabalhar”.
Antes o MEC não podia aplicar provas, nas escolas. Avaliar universidades e estudantes, nem pensar. Fechavam portões, rasgavam e queimavam documentos.
Imagina se em outros tempos existisse Mensalões, ONGs (fantasmas), enriquecimentos vertiginosos e tanta corrupção. Quebrariam tudo. Viria o Fora Fulano...Fora Ladrão... Muitos dos caras pintados chegaram ao poder, elegerem-se governadores, senadores, deputados ou convidados para altos escalões. Com isto, o silencio frente tantos desmandos, é sepulcral.
Protesta-se, briga-se, depreda-se pelo direito de consumir drogas. Os tempos são outros. Quem são os agentes, os universitarios da USP (300) privilegiados.
No Rio a operação de guerra para assumir “territórios”, aplausos, cadeia para esses bandidos, pois aqueles locais, não lhes pertencem. Tomaram conta pela ausência do Estado, que agora quer ser forte.
Mas como acabar com o tráfego, se o consumo corre solto e os grandes financiadores do consumo, estão no seio das famílias brasileiras? Até governador em aula magna de universidade defendeu o uso de um “baseado”.
O negócio é lucrativo e enquanto houver consumo, vai ser próspero. É muita ingenuidade pensar que fechando as “bocas de fumo”, resolve-se o problema. Os “consumidores-doentes”, dificilmente viverão sem o “remédio”.
Os tempos mudaram mesmo. Numa movimentada Rua de Porto Alegre, carro de sindicato, estacionado numa rua de gente de vida fácil, ostentava uma faixa em defesa do “Trabalho Descente”.
Desçam o pano rápido, está encerrado o primeiro ato.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Assado de Wagiu

Cortes de carne da raça japonesa Wagiu, também conhecida por Kobe Beef, é um animal criado com alimentação natural  sementes e pastageens ricas em proteinas e leveduras de cerveja, etc.  O animal é massageado e os confinamentos são musicados. A carne é tenra, saborosa e tem a gordura marmorizada. Já chegou ao Brasil, Argentina e Uruguai. Da um ótimo assado, principalmente quando se é convidado a degustar, pois o preço!!! O Dr. Google, descrevea raça. Fico com meus conhecimentos zootécnicos, do tempo que cursava Zootecnia. "A metade da raça se faz pela boca", já diza o mestre francês André Sanson. Este é o milagre O sistema de engorda é baseado na prática da  ginástica funcional do aparelho digestivo, com uma farta ingesta alimentar. Pelo preço, nunca vai desbancar nossos Angus, Hereford e outras peciosidades da pecuária gaúcha. É mais para paulista. É minha opinião. Veremos. Estou aberto a novos convites para degustar esses cortes, principalmente pelos meus amigos parrilleiros. Os paisanos gostam de inventar tipos de assados.
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Correio do Povo da Lata - para a GAZETA DE ALEGRETE

                                                                                                  
                         
  Órgão independente e de circulação em todo o território, aonde chegava a “GAZETA DE ALEGRETE”. Foi uma obra prima do Barão de Katutinha e outros colaboradores anônimos, nunca revelado por ele, muito apreciado enquanto durou e deixou saudades.
  Agora se esboça um movimento, para reerguer aquele periódico e foi formada uma comissão, de alegretenses e alegretinos desgarrados, para convencerem o Barão.
   Homem sóbrio, enquanto dorme, reservado, quanto não dispõe de uma caneta e um papel por perto é difícil de ser encontrado.  Figura respeitada e ninguém ousariam interpretá-lo na rua, e perguintar porque encerrou a circulação do “CORREIO DO POVO DA LATA”.
  Pois bem, a comissão de notáveis, saiu em busca do dito cujo. Em Porto Alegre foram ao Lagache Hotel, de portas cerradas.  Ao guarda da rua, perguntaram, onde andava o Sizenando, antigo dono do hotel e amigo do Barão. Agora é o dono do Embaixador respondeu. Pensaram o Barão está grã-fino agora, parando naquele local. Chagaram a recepção e informaram que há muito não aparecia.
   Decidiram tomarem uma nave Planalto e flutuaram para o “Baita Chão”. Chegaram,  deram algumas voltas noturnas na praça sem encontrá-lo. Foram direto ao Povo da Lata, estava avassalado pelo progresso imobiliária, que tristeza  para o velho Barão. Que nada era agora do ramo imobiliário, disse o Pio o mais antigo do Povo.
  Talvez andasse pelos Canudos. Mais uma caminhada perdida. Alguém do outro lado da rua, gritou, a noite está no Bife Sujo, pois gosta de uma mesa de bar. Não nencontraram o tal bar.. Por derradeiro percorreram a Rua Nina e nada de Barão.
  Tarde da noite recolhidos um acordou e avisou os demais, deve estar no “Bar Parati - 24 horas”. Chegaram e receberam a informação, acaba de sair, foi tirar uma soneca, já eram 6 horas da manhã.
  Confabularam, como é difícil encontrar poetas, talvez por que estão se tornando mais raros e se preservam como ermitões, para criarem frases lindas e coloridas em suas poesias, cheias de perfume e amor do princípio ao fim. Ave Cesar.
   Dizem que passou a usar o nome de família e outros pseudônimos para não ser assediado e poder andar pelas ruas e escrever sem ser molestado.
   Decidiu a comissão, voltar em outras oportunidades, pois desejam uma entrevista e o compromisso de que o CORREIO DO POVO DA LATA voltará na forma de um livro, com todas, as pérolas e os poemas editados pelo Heitor, Hélio e o Barão de Katutinha, que trio maravilhoso.

Monumentos Encruzilhadenses - para o JORNAL DO SUDESTE


Ao retornar às páginas do SUDESTE, para narrar alguns fatos, recolhidos na juventude, onde a curiosidade e intromissão eram apanágio de gente curiosa.
  Grande parte da história de Encruzilhada foi pesquisada e contada por Humberto Castro Fossa e José Azambuja Pedroso. A contribuição desses dois encruzilhadenses é fonte permanente de consulta. Como filho desta terra, a homenagem, pelo acervo, que servirá de base a tudo que se pretende escrever sobre o município.
  Esta série de registros, não terá conteúdo histórico, serão relatos, e observações  do que se ouvia, sem o mérito do ineditismo, apenas com o propósito de despertar nas novas gerações, interesse e zelo pelo patrimônio muitas vezes desrespeitado, destruído e ignorado.
   Encruzilhada tem uma série de obeliscos, hermas, monumentos e placas que precisam ser conhecidas, pois registram momentos da história.
    Nosso maior conjunto artístico cultural já foi há muito destruído: o Cemitério Municipal - onde hoje está a Escola Barão do Quarai. Naquela época, não se valorizava a arte em cemitérios. Todo aquele equipamento em granito, mármore e bronze, que constituíam os mausoléus franceses e italianos, não foram transferidos para a nova necrópole. Assim tudo foi perdido. As comunidades que conservaram  seus cemitérios, hoje são depositárias de peças artísticas valiosas e se tornaram ponto turístico.
     A própria Igreja Matriz de Santa Bárbara, que ampliada, perdeu sua originalidade, pelas modificações internas e troca de telhado, já não é mais a mesma, pois, sua estética e arte sacra não foram devidamente preservadas.
     Não cabe criticas, pois tudo foi feito em nome da evolução e na época em que a sociedade não valorizava estes aspectos.
     Neste preâmbulo ficam registrados os objetivos do que se busca e a mensagem, para despertar a consciência pela preservação dos legados importantes deixados pelos antepassados.
      O desenvolvimento de uma comunidade passa pela conservação e cultura dos bens matérias e da natureza que os cerca.
      Arte não se destrói, conserva-se por ser patrimônio cultural.
    

Ajudando no Canto Alegretense no Piquete Liberdade

sábado, 15 de outubro de 2011

SAI DESSA ZACARIAS

      Cada comunidade tem suas histórias, folclóricas, trágicas,cômicas e outras cheias de realizações e fatos lindos. Como nem todas se
tornam publicas, pouco se conhece das demais. Há não ser "pelo disque-disque..." e ninguém assume  a veracidade.
   Um fato narrado pelo popular é uma coisa, quando trabalhado por um intelectual, pode dar um romance, uma peça teatral ou filme, com as criações de um bom diretor. Ou simplesmente num conto.
  Em Sanga do Macuco,  próspera cidade serrana do Estado do Rio originada pela
colonização, alemã e suíça,vinda no império para servirem como, mercenários ao exército, na época
Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. No meio desses  vieram levas de imigrantes clandestinos e se instalaram em terras desabitas, construíram suas comunidades, hoje grandes centros habitacionais.
   Zacarias um operoso comerciante da baixada fluminense, vendo o progresso da indústria moteleira, não teve duvidas, vendeu seus bens e foi para a Sanga do Macuco, transformar o hotel que recebera de seu Pai em Motel. Assim abriu o MOTEL SONHOS IMPOSSÍVEIS, colocou frases no muro: - AQUI TODOS PODEM... É SÓ QUERER... (Casa discreta para seus sonhos- sigilo absoluto.Uma casa para as classes A e B). Ai ganhou grande clientela e se tornou ponto frequentado, por casais, namorados e puladores (as) de cerca. Negócio de vento em popa, Zacarias construiu mais suites e começou a receber gente graúda.
   Treinou bem seu pessoal, para o máximo de discrição e sigilo com seus clientes, seria despedido quem levasse lorota para fora do trabalho. Qualquer alteração, o proprietário deveria ser avisado.  Plantada
as diretrizes, seguia faturando e com muitos créditos com a clientela, pelo profissionalismo da casa.
    Numa noite de Fla-Flu, o chamaram para uma situação que beirava uma tragédia, um grande industrial da cidade, estava na portaria, armado e queria entrar para verificar se sua esposa estava no local.
    Zacarias chegou, tentou acalmar o cidadão, cada vez mais indignado. Conversou, aconselhou a ficar na portaria ou embora, pois não entraria no motel. 
    Telefonou para a PM, contou o fato, deixou os policiais assumirem o caso.  enquanto isso do escritório telefonou para todos os quartos, localizou cinco mulheres casadas. Providenciou numa saída estratégica. Colocou uma por vez, na mala de sua camionete Honda, saiu por um portão de serviço e ao cabo de meia hora limpou a área.
   Voltou à portaria e o"Corno Manso" cansado e dobrado pelos policiais, resolveu ir para casa. Na certeza e que sua esposa andava com outro homem, pois não o deixaram entrar.
   Passado uma semana Zacarias, encontra o industrial, que chegou e abraçou-o efusivamente agradecendo pelas providências tomadas e ele estava redondamente enganado. Em casa sua esposa estava lhe esperando com uma garrafa de champanha e o jantar preparado. Nem perguntou por que ele  só àquela hora chegava para o jantar. Disse não saber onde estava com a cabeça. Em dar crédito a telefonemas anônimos e acreditar que ela seria capaz de traí-lo.
   Zacarias aconselhou-o há não tomar atitudes precipitadas e dar bola para fofocas mal dosas. Passou até por mentiroso, para honrar seu comércio, pois a referida senhora fazia parte de um grupo de damas casadas, assíduas  frequentadoras  do local.  Pelos  funcionários eram chamadas de "Damas de Ouro". Pelas gorjetas para não piarem nada.
  Para salvar uma vida, a gente faz tudo, profetizava Zacarias e para aumentar a creditibilidade, colocou mais uma frase no muro: "AQUI SE FAZ TUDO, PARA VOCÊ FAZER TUDO COM SEGURANÇA".

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EXPOINTER (edição revisada)}


   É a festa maior dos gaúchos, preparam-se um ano para o evento, uns se preocupam na apresentação dos animais de suas cabanhas, outros para a noite.
    Na década de setenta, a turma da fronteira reunia-se por cidades e associação de criadores e eram considerados os reis da noite.  Os criadores da cidade de Guaçú Boi, (entre Itaqui e Uruguaiana) se juntavam a arrozeiros e davam as cartas nas noites porto alegrenses, quando as luzes  se acendiam.
     A Expointer durava duas semanas, vinham com famílias, às esposas retornavam em seguida e os “abandonados”, soltavam-se.  Em certas casas eram chamados de Gauchinhos de Ouro, pelos garçons e garotas, pois eram grandes gastadores.
     Numa noite festiva, foram ao Gruta Azul, Gordo, Gringo, Messias e Barroso, mesa farta em bebidas e bem acompanhados, quando passam dois amigos de uma cidade vizinha acompanhados de mulheres formais.
     Gordo o mais afoito do grupo, lascou: - tchê larguem estas feias e passem para a nossa mesa, só tem princesas lá. São as nossas esposas responderam.
 Foi um tiro no pé do atrevido. Não bastou aquilo, uma delas olhou-o e fulminou: - não te lembras de mim, que fui colega da Marfisa, tua esposa na faculdade em Santa Maria.
 Depois do tiro, aquela flechada certeira no coração. Gordo ficou pálido, vermelho, suando, tonto e só queria desaparecer.
    Pagou a conta e se mandou.
Na volta a Guaçú Boi, contou o acontecido aos amigos, mas ficou devendo como foi o acerto final com a Marfisa.
   Antes as casas noturnas propagavam apresentações de bailarinas argentinas, garotas Streep tease, com farta publicidade, hoje mudaram o foco, divulgam o nome de chefes e os serviços de cozinha internacional.
Os tempos mudaram, ou os festeiros envelheceram?



O Machão da Fronteira

                                 
                                                                                    Colaboração do amigo Hervê Pasquotto Saciloto *
      Uns profundos sulcos verticais entre as fartas sobrancelhas eriçadas, olhos faiscantes, grandes maxilares rígidos, um metro e noventa de altura, voz grossa, firme e aqueles bigodes pretos fazem de Inocêncio um gaúcho típico da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, Ainda mais quando calça as botas pretas de pelica, veste as bombachas largas de gabardine, toda pregueada nas laterais, presa na cintura por uma guaiaca feita por artesãos da região, com a camisa branca de mangas compridas, arregaçadas até a metade dos braços e lenço vermelho ao redor do pescoço, amarrado com um nó caprichado que aprendeu com o avô.
      É conhecido como o maior “pão duro” da fronteira; basta dizer que, em dois anos, triplicou a área de vinte quadras de campo que herdou do avô, morto por três tiros de revolver na sua última briga, em uma festa do Divino na igreja da Vila.
      Machão corajoso e fanfarrão. Nada amedrontava o Inocêncio a não ser o sexo oposto Ao se aproximar de uma mulher treme dos pés à cabeça. Para compensar esta fraqueza, vive mentindo aos amigos.  No bolicho à beira da estrada, onde as pessoas se aglomeram para jogarem tava ou bochas, conta em voz alta, para que todos ouçam dezenas de casos amorosos que jamais aconteceram 
       Certo dia, uma prostituta da capital, de passagem pela região, sentada em silêncio, ouvia as gabolices de Inocêncio, sem ser percebida pelo grupo, absorto nas mentiras que fluíam da boca do machão.
       A mulher, uma morena alta, cintura fina e lindas pernas, olhos castanhos e cabelos pretos caídos nos ombros, em certo momento, após avaliar com precisão a personalidade do líder do grupo resolve fisgá-lo, com a esperteza e a experiência que aprendeu durante os longos anos vividos na escola da vida
       Levanta, caminha de vagar, balançando o corpo com harmonia de uma modelo desfilando na passarela. Aproxima-se de uma roseira repleta de rosas vermelhas. Pára. Disfarça interesse pela beleza das flores. Logo que percebe o silêncio na cancha de bochas, olha por cima do ombro esquerdo, encara o grupo extasiado com sua beleza e encontra os olhos amedrontados do Inocêncio que busca uma estratégia para sumir do local. Ri com delicadeza, e sem palavras, apenas gesticula. Um dos homens surpreso capta a mensagem. “Você é mesmo um cara de sorte. É para ti, Inocêncio! Vai lá”.
       Completamente paralisado, Inocêncio procura, aflito uma saída. Fugir seria a sua ruína de macho. Olha para o grupo e percebe que precisa decidir o que fazer. Encaminha-se quase cambaleando em direção à mulher, que o recebe sorrindo. Com um gesto pede que se aproxime um pouco mais. Levanta-se na ponta dos pés, encosta a boca na orelha de Inocêncio e fala baixinho por alguns segundos.
       Os dois saem pelo portão da frente do bolicho, sob os olhares curiosos dos amigos.
       Hoje, casados, junto com seus dois filhos, continuam freqüentando o local sob a curiosidade dos amigos que jamais souberam o que disse a mulher no ouvido de Inocêncio.
                                              
  • Agro-Técnico da ETA
  • Geólogo da Petrobras
  • De Santiago do Boqueirão

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Acampamento Farroupilha

    Finalmente parece que a chuva deu uma trégua. O pessoal do arroz está com as barragens cheias e precisando preparar a terra. O Instituo Coussirat Araujo, anuncia breve a volta de mais água.
     No bonito e ensolarado domingo, devidamente pilchado foi cumprir meu dever cívico de gaúcho. Fui churrasquear com um grupo de companheiros do Rotary Bom Fim, no “Piquete Gaúcho Grito da Liberdade”, do companheiro Mota, índio criado no pampa do Bagé, entendido nas tradições campeiras.
    O Acampamento Farroupilha, deve ter mais trezentos galpões crioulos de fogo de chão, vejam que fumaça estava aquilo lá.
    Dei uma passeada pelas ruas do acampamento, visitei a Casa do Alegrete, CTG do Grêmio e outros, num às 11 horas já tinha bailanta, com um aviso, “Proibido uso de faca no ambiente de dança”. Com aquele aviso, coloquei minha adaga no cano da bota, mas não encontrei nenhuma prenda desacompanhada, era um baile familiar.
   Visitei o Galpão dos Lanceiros Negros, que cultuam os negros guerreiros da Revolução Farroupilha, das tropas de Canabarro, covardemente assinados numa emboscada. A história registra que foram levados ao local pelos próprios companheiros.
     Todas as grandes empresas locais, multinacionais, meios de comunicação e repartições públicas, montam galpões para seus funcionários. O acampamento fica vinte dias abertos ao público, com muitas lojas gaúchas e churrascarias.
     Voltei ao galpão do Mota corria muita lingüiça e costela gorda para os presentes ao som do “Conjunto Gaudério Luiz Américo”, com muita rancheira e chamamé. Na hora do “Canto Alegretense”, ajudei os viventes na cantoria. Foi uma tarde especial, para quem tem raízes na campanha gaúcha.  Voltando pra casa, me senti o próprio gaudério defumado.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mais umas do Incrível tio Xiruca

  O filho Sério saiu do exército e  animou a fazer os exames recomendados. Pediu a Flor fritar duas galinhas na farofa. Em Cachoeira tomaram o trem partiram à desconhecida Porto Alegre.
   Na estação, o parente Mirinho, que ele chamava de Medicina, esperava-os, foram ao Grande Hotel, saia na porta o general Flores da Cunha, ele como “Chimango”, foi abraçar o caudilho que indiferente nem tirou o charuto da boca.  O porteiro fardado de branco e quepe, gentilmente apanhou as malas, mostrando a porta giratória. Não houve proposta para entrar, pois não ficaria engaiolado naquela geringonça.  
   Partiram ao Hotel Majestic, lá deu tudo certo, estavam pilchados e avisaram que nas refeições tinham que se apresentar de terno. Com Mirinho foram ao Guaspari e se vestiram, já pensando no futuro casamento do Sério.
   No jantar, todos formais tomaram mesa, o garçom iniciou os serviços, entre os pratos tinha galinha. Comeu a ave com a mão e jogava os ossos pela janela, quando foi avisado que estava fechada. Era um velho hábito que tinha em casa, nas janelas sem vidros, jogava os restos paro os cachorros.
   No outro dia consultou com o Professor Oscar, fez os exames e com os resultados, recebeu os remédios e conselhos, estava com altas taxas prejudiciais no sangue e o conselho para não fumar mais, pois estava com os pulmões comprometidos.
   Cinco dias se passaram, marcou a volta, deu mais uma passeada pela cidade, tomou sorvete e picolé pela primeira vez. Gostou de mais. Como ia viajar aquela noite, comprou vários picolés, mandou enrolar. O atendente alertou-o, para não deixar apanhar sol, não tem perigo, vou levar com muito cuidado, respondeu. No hotel colocou os picolés na mala de garupa e deixou no quarto, foi acertar as contas e ao voltar para apanhar a mala, ficou indignado, tinham comido os picolés, “mijado” na mala, deixando só os pauzinhos, contava ele.
  Em a casa, contou da consulta e que estava com o sangue grosso, não poderia comer carne gorda, nem charque muito salgado e proibido de pitar, o cigarro estava fazendo muito mal.
   Fez uma festança no casório do Sério, mandou convite para os fazendeiros e dizia os pobres não precisam de convites, pois virão pelo cheiro do churrasco. Certa hora, mandou a gaita parar e disse: -vamos todos dormir, pois os noivos já estão se “reborqueando” na cama e nós aqui feitos bobos.
    Tornou-se conhecido e fonte de muitos causos na família. Eram comuns nos serões os mais velhos, contarem as proezas do tio Xiruca, mas no meio de tantas confusões, sempre foi muito vivo nos seus negócios e deixou um bom pé de meia para a família.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

LEGALIDADE - final


As noticias chegavam através da Tupi e Nacional.  Brasília sendo a capital era uma ilha deserta e quase isolada, a vida política fervia no Rio.
     Versão de bombardeio aéreo, invasão naval, levou o Governador pensar em afundar barcos na barra. O ato inviabilizaria a entrada trigo argentino, precisava saber o estoque no Estado. Os Silos e Armazéns teriam a informação.
     Estagiários estavam assumindo aquele serviço, conferiram às planilhas, todas erradas.  Acertar por telefone, com o interior, nem se pensava naquela época. Comunicado o Diretor Geral, ficou indignado com a situação.  À noite a noticia foi que o estoque de trigo era suficiente, para abastecer o Estado por 20 dias. Perguntávamo-nos de onde tiraram aqueles números...
        Todos os dias, às 15 horas os funcionários eram “convidados” para frente do Palácio Piratini. Depois do cafezinho no Rian, bordejo pela Rua da Praia, comprava a “Folha da Tarde” e passava rapidamente por lá. Os mais partidários ensaiavam gritos de guerra, até surgir o Hino da Legalidade que a multidão entoava com fervor.
       Saiu à convocação de um plantão de 24 horas. Temia-se alguma coisa pior. Quem desejasse, fosse ao Palácio pedir revolver.  Não fui não saberia usá-lo. Os que foram voltaram armados. Sem dormir escutando rádio tomando café, foi aquela jornada da “Resistência Democrática”. 
   O Dia amanheceu calmo e sereno e o único silvo que se ouviu na madrugada foi dos sabiás, às 4 horas, que cantavam e encantavam a madrugada porto alegrense.
     Encerrada a Legalidade, sem mortes ou feridos, demiti-me do serviço.
     Voltei em janeiro para visitar ex-colegas, no Setor de Pessoal uma gratificação me esperando “pela heróica participação na Legalidade”. Conferiu a devolução da arma, nada constava na lista, recebi o cheque.
Senti-me o próprio “herói mercenário”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

LEGALIDADE - parte I


Corria o mês de agosto de 1961, após um inverno rigoroso que passei em Julio de Castilhos onde fizera um estágio técnico.  Voltei a Porto Alegre para a sede da Companhia de Silos e Armazéns. O primeiro emprego a gente não esquece. A capital fervilhava, com as noticias vindas do Rio. Janio renunciara e seu vice João Goulart, se encontrava na China, foi vetado pelo congresso. O resto não precisa contar.
O Rio Grande do Sul se levantou com a liderança do jovem governador Leonel Brizola, cunhado de Jango, temendo um golpe. Criou o Movimento da Legalidade.  Os funcionários do Estado foram convocados e as massas populares saíram à rua e se arregimentaram para a resistência. O Governador formou a rede radiofônica da legalidade,  com as emissoras gaúchas, desde os porões do Piratini, onde falava e esbravejava contra a UDN e seus aliados.
Iniciaram-se as inscrições de voluntários para formarem pelotões, o QG estava no Mata Borrão, prédio com esta forma. Entrei e deparo com um colega da ETA, como chefe, era uma figura folclórica, todo pilchado (um dia eu conto suas proezas). Convidou-me para aderir e claro que não que não aceitei. O que valeu ali foi à presença da Leopoldis Sons que fazia um jornal para os cinemas da cidade, nos moldes daqueles do Rio. Apareci falando com ele e o narrador ao editar a matéria linformou que eu estava me alistando. Na outra semana apareceu nas salas e projeção. Foi a maior gozação,dos meus amigos. Imaginem que nem tinha servido, empunhando armas, ficou no registro histórico do fato.
Brizola continuava berrando ao microfone da Cadeia da Legalidade, queria o apoio do Terceiro Exército, comandado pelo General Machado Lopes, que ficou na sua. Aquartelou todas as tropas do sul. Esbravejava também, contra O Corvo (Lacerda), Ulisses, Último de Carvalho, Magalhães Pinto e outros lideres da oposição.
Depois eu conto como participei, como mercenário nas forças de resistência.
(Escrevo ou fico corrigindo. Escolhi o primeiro. Sem revisão, cada um faça a sua, obrigado)

Tio Xiruca volta a Cachoeira



Tio Xiruca, sempre ligado a Cachoeira, que ao lado de Pelotas eram as cidades mais importantes do estado, tinha indústrias, comércio, bancos, hospital, plantações de arroz e estâncias grandes. Todo este progresso deixava o gaúcho encantado, que dizia: - Isto que é cidade rica. Pois tem até igreja de duas torres, viação férrea e porto.
    Combinou, com o  compadre Candoca, para  venderem os bois gordos, juntos para conseguir os melhores preços. Ele era muito vivo e esperto, para negócios, o que lhe rendia algumas reservas no banco. Fecharam negócio, com o comprador Castira.Este, mais esperto ainda  tinha até pessoal para tropeada.
  Viajaram de carona, no Fordeco do comprador, com destino à Cachoeira do Sul.  Além da venda do gado queriam consultar  e visitar seu filho  Sério, que servia no exército.
   Hospedaram-se na pensão do Favorino, na Rua Saldanha Marinho, ao lado da casa da Vovó Riquinha. Lá, teriam mate, comida campeira e jogo de truco, além da amizade da família proprietária.
   Com tempo para passear e prosear com os conhecidos, pois, a tropa demoraria alguns dias para chegar. Na primeira noite, Castira e Candoca, saíram  para ver as moças. Depois de muito esperar tio Xiruca deitou, mas não consegui apagar a lâmpada de cabeceira. Não teve dúvida, enfiou o cano da bota  e dormiu. Na madrugada, quando os companheiros entrarem no quarto, perceberam a fumaça e o cano da bota ardendo em fogo.  Candoca acordou-o e disse: Compadre,temos muito que apreender nesta cidade...
  No outro dia visitou o filho Sério, que iria dar baixa no quartel e que no próximo ano iria casar e que gostaria de ganhar uma casa.
  Para aproveitarem a viagem também queria  consultar com o Doutor Scopel e descobrir a causa de umas dores engraçadas . O médico examinou-o e  aconselhou  fazer alguns exames em Porto Alegre. Candoca estava com as vistas curtas e um argueiro no olho esquerdo,  foi encaminhado para um oculista.
   Castira cumpriu tudo. Pagou a boiada, que foi embarcada  na Viação Férrea com destino  à cidade de Julio de Castilhos.  Com o dinheiro no bolso, achou melhor depositar no Banco da Província, que era o mais forte. O compadre não aceitou o convite, levou os “cobres”, na guaiaca, para guardar embaixo do colchão.
    Retornou a Cacimbinhas de bota nova e alguns cobres, comprou um Almanaque do Pensamento para a esposa Flor.  Candoca faceiro que nem lambari de sanga, com a viagem que nunca teve coragem de fazer e recebeu a recomendação, de que em agradecimento aos passeios, não poderia contar, para ninguém, o causo da botas, principalmente, para o seu Tuca, que  aumentava tud

SEU POTA (final)


Agora vamos encontrá-lo em sua nova morada em Cacimbinhas. Muito contrariado, com as exigências da lei, sempre dizia: -  “agora sou cidadão, imaginem, querem que construa banheiro de ovelhas e divisa de sete fios no meu campo.Coisa do Getúlio”.
Aos poucos foi se adaptando à nova vida. Ficou morando na Pensão da Sorte, até comprar uma casa. Od filho mais velho que chamava de Major, ficou cuidando do gado. Os outros foram servir o exército em Cachoeira.
 Seu Pota passava o dia numa esquina, perto da rodoviária, pois ali sempre via conhecidos da campanha, quando chegavam à Vila. Era uma maneira de ser visto e ser lembrado”, dizia. Assim, logo começaram a pedir empréstimos e seu negócio prosperou. Mas as normas  seguiam como antes.  Primeiro  passariam na fazenda deixando as garantias. Apanhariam um bilhete com o Major com o preço negociado e o juro descontado.  Para os moradores da Vila, emprestava só com aval, do Coronel Fagundes ou do farmacêutico Carlitos. Dizem que nunca perdeu nada.
Ficou tão famoso, como agiota, e deu tanto movimento à Pensão que  o proprietário Samura , trocou o nome, passando a chamar-se Pensão Esquina do Ouro.
O filho Catito seguiu a carreira militar foi promovido a sargento e transferido para o Rio de Janeiro. Era tudo o que queria. Quando visitava Cacimbinhas, nunca tirava a farda. Ficava orgulhoso ao passar por um brigadiano e  vê-lo puxar continência. Cursou Engenharia e lá ficou morando . Queria que os pais fossem à sua formatura, mas seu Pota professava,  aeroplano, só se ele cair na minha cabeça”.
O filho mais moço, o Gasta (o gastador da família),  mais alinhado de todos  só queria coisa boa“sombra e água fresca”. Deu baixa no quartel e  casou com  uma linda moça de Cachoeira. Voltou à Cacimbinhas vendeu suas ovelhas e o gado e desapareceu. Dizem que virou viajante de secos e molhados.
Seu Pota tornou-se popular e conhecido, na Vila, por sua presença de espírito. Tinha resposta sempre na ponta da língua . Pois não economizava para dizer suas belas e sábias conclusões..
Eleitor fiel do Coronel Fagundes, só  votava em quem ele indicasse.
Um dia foi no engenho do Chaninho e conheceu uma nova girigonça portátil, a máquina de costurar saco. Encheu o peito e repetiu aquela velha afirmação:não dá mesmo para duvidar de nada , todo dia conheço uma novidade”.
Assim tornou-se um respeitável cidadão na Vila, reconhecido por todos, sem nunca ter revelado qual a taxa de juro cobrada e o nome dos tomadores.

Tio Xiruca


                                     
  Na velha Cacimbinhas corriam notícias e causos de todos os moradores.
Principalmente nas famílias tradicionais e mais numerosas, sempre tinham histórias hilárias.
  Minha Mãe tinha um tio, chamado Xiruca, fazendeiro remediado, gaúcho simples de poucas letras que gostava de viajar para Cachoeira. Vendia uns bois gordos, de sete/oito anos, com mais guampa que carcaça e se mandava para o outro lado do rio Jacui.
  Certa vez levou seu filho Glicério, apelidado de Sério, para um atendimento hospitalar. O jovem foi atendido pelo Dr. Scopel e operado de apendicite. Tio Xiruca não entendeu o nome e dizia que era de “penisite. Os amigos perguntavam: - Como está o Sério? Respondia logo: - O próximo está todo “esparagaitado” (com esparadrapos), em cima da cama e a Flor cuida dele.
  Levou, também, seu filho Odilon, que chamava de Ilon. Certo dia o Ilon desapareceu do hotel e ele muito aflito, saiu pela Rua Sete a sua procura, pois, considerava Cachoeira uma cidade grande, e, em cada esquina gritava: - Ilon, Ilon e a quem passava perguntava: -“Não me viram o Ilon por ai”? Encontrou uns conhecidos e continuaram a procura.
  Cansados e com sede chegaram ao Café Frísia e pediram água. O garçom prontamente atendeu, servindo-lhes uma bem gelada. Tio Xiruca, deu o primeiro gole, cuspiu no piso e disse – Esta água está choca, animal! O rapaz educadamente, respondeu: - Não senhor, é água com gás. Foi uma gargalhada no recinto.
  Voltando, ao hotel, ouviu umas batidas e gritos do Ilon. Seguiu pelo corredor e encontrou o guri preso no banheiro.  Não conseguia abrir a porta. Olhou de alto a abaixo e lascou: -“ovelha não é pra mato mesmo, porque não foi na moita ”...
  Esta foi uma das histórias do tio Xiruca, figura ímpar em nossa família.

Um Conto


                                 Um  Conto

    Não é fácil escrever um conto, além do imaginário, precisa-se de uma memória ficcional presente, de onde vertem as idéias. Às vezes é um saco, para o autor, que bulira e aperfeiçoa o texto e ninguém gosta. Então, a gente deve procurar escrever para si próprio, ai não tem erro, ficando sem responsabilidade de agradar.
    O seu Pota, um sábio morador em Cacimbinhas, tinha razão em acreditar só em suas verdades. Quando chegava com uma novidade ele lascava de pronto, já sábia, conheci lá em Cachoeira, nem levava o assunto adiante. Certa vez chegou um mascate na sua fazenda, contando que estavam criando um tal de “Cérebro Eletrônico”. Ele, respondeu logo: “depois que conheci a máquina de costura, na casa da minha bisavó, não duvido de mais nada.”..
    Sendo um homem bem informado, para época, pois mensalmente seu amigo Coronel Fagundes, presenteava-lhe com uma pilha de exemplares do Correio do Povo, que eram lidos e relidos, para poder passar as noticias aos seus visinhos e clientes, estes, em bom número. Seu Pita era um homem do campo, que guardava e aplicava muito bem suas economias na agiotagem. Dizem que nunca perdeu um vintém. As taxas dependiam do grau de necessidade e ao que se destinava. As maiores eram para quem apostava em carreiras de cancha reta. Garantias, como no tempo dos “velhos papagaios bancários”, vinham em primeiro lugar. Portanto, o negócio tinha que ser bom para todos, isto é, para ele e para sua família. Deixa umas novilhas e terneiros de sobre ano comigo, para numa eventualidade. Que visão econômica financeira, já tinha o seu Pota, nunca perdia.
    Os filhos saíram cedo de casa, uns casaram outros foram servir a Pátria e se tornaram independentes. Ai os negócios prosperaram mais. Resolveu depositar as economias no banco, pois os assaltos começaram na região. A princípio resistiu, mas com a notícia de que tinham roubado ovelhas do campo do Coronel, não encontrou outra saída. Além disso, os juros aumentaram, e, cada vez que fazia uma operação, precisava fazer uma viagem a Cacimbinhas, no ônibus do Pinheiro ou Campinas. Conhecido por sovina e pão duro, daqueles que não comia um ovo, para não colocar a casca fora. Tinha suas manias. Quando ia para o povo, colocava só um pé de bota, às vezes o esquerdo, outras o direito e lógico, sempre com um chinelo no outro pé. Isto para economizar as botas. Dizia: - “Imagina, andando com os dois pés, quanto vou gastar”. Sua guaiaca (cinto) tinha vários esconderijos onde colocava as pelegas, retiradas do banco. E, numa mala de garupa levava um fiambre. Retornava, sempre com algum mantimento comprado, no armazém dos Meireles, pois, os preços do bolicho do Almery, seu visinho, estavam caros demais. Que homem de visão!
    Criava gado de todos os pelos e um rebanho de ovelhas de raça indefinida. Um dia chegou um gaudério dizendo ser o fiscal da sarna ovina.   A lei mandava, combater a sarna e todo criador deveria fechar suas propriedades, com sete fios de arame e construir banheiros especiais, só para as ovelhas. Deu uma mateada, fechou um palheiro, puxou um pigarro e disse: - “Dura Lex Sed Lex. Avisa teu chefe que aqui não tem mais ovelha e que meu campo vai continuar com três fios de arame”.  Resolveu a situação. No outro dia chamou os filhos e, entregou-lhes todo o rebanho. Mudou-se para a cidade e nunca mais voltou à fazenda. Passou a viver como peixe fora d’água. Reclamava que as leis são cruéis e matam os viventes à míngua e ainda tendo que morar neste muquiço de pensão, sustentado pela mulher, que ganha uns trocados na moderna máquina de costura.