Corria o mês de agosto de 1961, após um inverno rigoroso que passei em Julio de Castilhos onde fizera um estágio técnico. Voltei a Porto Alegre para a sede da Companhia de Silos e Armazéns. O primeiro emprego a gente não esquece. A capital fervilhava, com as noticias vindas do Rio. Janio renunciara e seu vice João Goulart, se encontrava na China, foi vetado pelo congresso. O resto não precisa contar.
O Rio Grande do Sul se levantou com a liderança do jovem governador Leonel Brizola, cunhado de Jango, temendo um golpe. Criou o Movimento da Legalidade. Os funcionários do Estado foram convocados e as massas populares saíram à rua e se arregimentaram para a resistência. O Governador formou a rede radiofônica da legalidade, com as emissoras gaúchas, desde os porões do Piratini, onde falava e esbravejava contra a UDN e seus aliados.
Iniciaram-se as inscrições de voluntários para formarem pelotões, o QG estava no Mata Borrão, prédio com esta forma. Entrei e deparo com um colega da ETA, como chefe, era uma figura folclórica, todo pilchado (um dia eu conto suas proezas). Convidou-me para aderir e claro que não que não aceitei. O que valeu ali foi à presença da Leopoldis Sons que fazia um jornal para os cinemas da cidade, nos moldes daqueles do Rio. Apareci falando com ele e o narrador ao editar a matéria linformou que eu estava me alistando. Na outra semana apareceu nas salas e projeção. Foi a maior gozação,dos meus amigos. Imaginem que nem tinha servido, empunhando armas, ficou no registro histórico do fato.
Brizola continuava berrando ao microfone da Cadeia da Legalidade, queria o apoio do Terceiro Exército, comandado pelo General Machado Lopes, que ficou na sua. Aquartelou todas as tropas do sul. Esbravejava também, contra O Corvo (Lacerda), Ulisses, Último de Carvalho, Magalhães Pinto e outros lideres da oposição.
Depois eu conto como participei, como mercenário nas forças de resistência.
(Escrevo ou fico corrigindo. Escolhi o primeiro. Sem revisão, cada um faça a sua, obrigado)
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