A SANTINHA DO CAVERÁ
Narro aqui um fato acontecido, há mais de trinta anos, nas montanhas do Caverá, entre Alegrete e Rosário do Sul.
Um pequeno grupo de caminhantes, vindo de onde, ninguém sabia, tinha a frente uma jovem vestida como se fosse uma santa, acompanhada por alguns animais. Caminhavam em busca de um paradouro. Seguiram em direção à Serra do Caverá, para acamparem. Ali pregaria sua mensagem. Era adorada, pronunciava frases religiosas e todos os acompanhantes oravam.
A notícia correu rapidamente, jornais, rádios e televisão, deram o fato como desejavam. Multidões se deslocavam para o local, em busca de milagres. Vendiam água da cacimba, como benta, surgiu um comércio de campanha, recebiam esmolas robustas. Era tratada por Santinha. Aparecia dizia algumas palavras e se retirava em oração. Voltava quando o público mudava. Comunicou que voltaria para sua cidade, e, construiria um grande templo. Foi embora levando muita grana e não deixou endereço. Ficou conhecida como a Santinha do Caverá, venerada por brasileiros, uruguaios e argentinos, enquanto estava lá. Ninguém ficou sabendo quem era. Seria uma discípula do além, que viera par se excruciar, ou uma pessoa que saiu do seu eremitério. Não estive lá, o que sei foi o que contaram.
Rui Barbosa
Entre tantas maravilhas nos deixou este texto, sempre válido para reflexões do acontece no dia a dia brasileiro, descansa em Paz, ÁGUIA DE HAIA”, aqui a coisa anda roxa.
“-Ignoto cleptomaníaco, se aqui vens por imperiosa necessidade, perdoar-te-ei, mas se fazes para satisfazer teus espíritos deletérios ou zombar de minha autoprosopopeia, dar-te-ei com meu cajado no alto da tua sinagoga e reduzir-te-ei as massas encefálicas em cinzas cadavéricas neste solo pátrio.”
Olá, a propósito da "Santinha do Caverá": cobri, como repórter a Folha da Manhã (P. Alegre), os acontecimentos do verão de 1978: Elaine Maciel Barbosa, então com 16 anos, foi crucificada, a pedido, como forma de afastar espíritos maus que eventualmente a dominavam. Reportagem veiculada em 13/02/1978, com fotos do colega Damião Ribas. (Nikão Duarte, jornalista, nikportoalegre@gmail.com).
ResponderExcluirEu fui lá, minha maior decepção com o evento é que ela foi amarrada e não crucificada. Ficava ali fazendo cena por alguns minutos e depois entrava em uma barraca que ficava próxima. Tanta gente, pareciam personagens saídos de um filme surrealista, tipo Bunuel. Gente chorando, rezando, rindo, caravanas de carros chegando. No local havia loucos de todos os níveis e algumas carcaças de gado pelo caminho.
ResponderExcluirParece que ela era orientada por um tipo curandeiro exorcista e que era acompanhada pelos pais e o namorado.
...Em fim, nada mais que uma encenação.
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