ENCRUZILHADA do SUL - Sempre fui partidário, a pratica política cresceu no movimento estudantil, sendo eleito presidente do Grêmio (no Morro anexo da ETA), depois Centro de Estudantes da ETA, em Viamão. Mas na minha terra fazer política era diferente e difícil, os adversários não se cumprimentavam e até as relações familiares eram comprometidas. Uma atitude que me causava desconforto. Pois nunca via nos antagônicos, um inimigo, mas era a regra vigente. De um lado ficava o PSD, PL e UDN, do outro o PTB, PSB e as tendências esquerdistas. A supremacia dos primeiros era uma constante. Até que um dia veio à virada, na onda do Brizolismo e quebram a “Panelinha”. O troco foi dado ao governo do PTB, não pagaram impostos. Colocaram então, um gigante quadro negro na esquina da Prefeitura, com o nome dos adversários devedores. A lista começava pela maior liderança local, o Coronel Honório Carvalho, que fora Intendente e Prefeito, com alternâncias por 24 anos. Hoje o panorama não mudou muito, e não é muito diferente daquele tempo. Os adversários não sentam juntos a mesa. Naquela época cada grei tinha o seu jornal. Os padres apoiaram a oposição à Panelinha, e foi um bafafá geral, no seio dos católicos, sendo que muitas senhoras chegaram a ser proibidas pelos maridos de irem à missa.
ALEGRETE– Fiz duas campanhas em causa própria. “Aprendi a conhecer “rengo” sentado e cego dormindo”. Construí grandes amizades, que perduram até hoje. Quando encontro alegretense às vezes me emociona, pelo carinho e lembranças que guardam de mim. Dona Zeca que fez as bombachas de favo de abelha. O Velho Peludo, sobrinho neto do Honório Lemos, maragato de quatro costados, cabo eleitoral, que não negava fogo e sempre ao meu lado, nas vilas e no interior. Aquela mocidade, formado por jovens arregimentadas pelo saudoso Joal Antunes e José Carlos Moura Jardim (coordenadores), até hoje me procuram quando estou lá. Camargo, figura folclórica, no Alegrete e em Porto Alegre, suas proezas valeram citação nos dois livros “Anedotário da Rua da Praia”. Sempre de lenço vermelho, às vezes aparecia por lá e dizia que era meu guarda costa (para a mordia ser maior), tinha fama de valente. Naquele tempo, os comício na zona rural, tinham churrasco. Os aproveitadores se deslocavam, para cortar carne sem pesar. Resolvemos não avisar pelo rádio, nossa programação interiorana, aos domingos ao meio dia, porque a noite íamos para as vilas. As queridas e incansáveis senhoras da sociedade, donas Virginia Milano Galvão, Iolanda Flores da Cunha, Aurora Falceta Rodrigues. Andréia Coelho Lima e Vanda Antunes, esposas do vice Gaspar Antunes lideravam um grupo de mulheres, que percorriam as famílias do centro e vilas. O apoio logístico era dado pelo Raul Englert, Manuel Antunes, Manuel Barreiro e Benvindo Moutinho. Todos os contendores eram e são meus amigos, Adão Faraco o vencedor, Bagre Fagundes, Miguel Trindade (falecido) e Claudio Rosso. Gente que a genbte não vaia esquecer nunca. Como vereador fui primeiro suplentes e assumi durante dois anos, não voltei mais a Câmara por força de compromisso profissional. Para prefeito fiquei em segundo lugar, por uma pequena diferença. Recolhi da política, muitas coisas, como tolerância, “engolir sapos” e experiências para a vida e aumentei meu grupo de amigos. A dobradinha dobradinha "FÉLIX- GASPAR".marcou época, passado anos conheci um jovem com este nome.
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