MORRO – Pela proximidade com Porto Alegre, recebia muitas figuras, já escolados em outros colégios. A maioria ficava um ano e se mandava ou mandavam embora. Era uma escola “internacional”, a enfermeira dona Anuncia (italiana), octogenária, sempre resmungando na sua língua. Para tudo aplicava injeções, e dizia “baixe as calças, e vire a bunda, não tenho medo de pingolon”. João da Horta um português baixinho, sempre fumando cachimbo, de taquara, com fumo em corda, um grande contador de aventuras de seu país. Mentia mais que réu em interrogatório, e divertia a gurizada. Tinha só 15 filhos. Seu Antônio, outro portuga, era um artista nos cuidados ao jardim europeu, que implantou, onde cultivava uma trepadeira carnívora, uma atração quando florescia. As cidades mais representadas eram Alegrete, Caçapava e Santiago. Todos tinham apelidos, alguns impublicáveis. Gorila e Macaco criaram uma língua chamada “Hipolofitano”, desejam ensiná-la, mas não apareceram interessados. Depois com Mão de Onça, Caçador e Espadim de Veneza (que fauna), escreveram um roteiro para o filme, que fariam “O Segredo da Cascata”. No ano seguinte só restou o Macaco. Donas Ana e Tilde as queridas copeiras, eram as nossas mamãezonas. Dona Ana, tinha uma história muito bonita, veio de Santa Rosa com seu filho para ingressar na Escola e foi convidada para trabalhar. O filho formado se tornou um grande técnico. Contava que quando o trem em que viajavam passou em Passo Fundo, entrou um guri, que logo fez amizade com o seu. Ela trazia galinha na farofa e repartia com ele, por coincidência estudaria no Morro. Chamava-se Leonel Brizola. Tempos depois o Leonel se elegeu Prefeito de Porto Alegre, e todas as semanas tinham audiências públicas, para o povo. Passava rapidamente ouvia alguns pleitos e deixavava os acompanhantes anotando. Saia sem, ouvi-la quando gritou Dr. Leonel sou eu, a Ana Capellari. Ele se foi, e de imediato mandou chamá-la. Só faltou pegá-la no colo. Lá também fui Presidente do Grêmio de Estudantes, chamado João Simplicio.
ETA – São tantos causos que dá para escrever um livro, mas fica para outro fazer. Bailes, de fins de semana não se perdia. O Manuel Bolota (turma de 1957) contava uma passagem,em um baile em Água Claras. Pegaram os cavalos da Escola e se mandaram, dançaram pra valer, no intervalo de uma marca, virou-se para o par e disse a senhorita soltou um... A guria ficou vermelha e pasma e disse eu não, sim, foste tu. Ela deixou-o no meio do salão. Vendo que daria confusão se mandaram. Em Viamão, no baile da Rainha da Primavera, um vivo apanhou vários talões de votação e distribui para a turma, mandando votar em Álvara Soares. Eleita, chamaram-na ao palco e não apareceu, sentindo o embuste, o promotor da festa, suspendeu o concurso. A turma tinha elegido o colega Álvaro. Os de Montenegro introduziram o isqueiro a gás na escola. Toca era especialista na produção de gás metano, com acessória do Melão, que dominava a química. Depois da janta no dormitório, faziam um laboratório, acendendo um fósforo, na hora da expedição do gás. Formava uma rápida chama. A Bic adquiriu a invenção, para seu primeiro isqueiro a gás.
(Mande suas colaboração para o próximo Blog)
Nenhum comentário:
Postar um comentário