quinta-feira, 22 de março de 2012

Vida Politica - Blog nº 28

ENCRUZILHADA do SUL - Sempre fui partidário, a pratica política cresceu no movimento estudantil, sendo eleito presidente do Grêmio (no Morro anexo da ETA), depois Centro de Estudantes da ETA, em Viamão.   Mas na minha terra fazer política era diferente e difícil, os adversários não se cumprimentavam e até as relações familiares eram comprometidas. Uma atitude que me causava desconforto. Pois nunca via nos antagônicos, um inimigo, mas era a regra vigente. De um lado ficava o PSD, PL e UDN, do outro o PTB, PSB e as tendências esquerdistas. A supremacia dos primeiros era uma constante. Até que um dia veio à virada, na onda do Brizolismo e quebram a “Panelinha”. O troco foi dado ao governo do PTB, não pagaram impostos. Colocaram então, um gigante quadro negro na esquina da Prefeitura, com o nome dos adversários devedores. A lista começava pela maior liderança local, o Coronel Honório Carvalho, que fora Intendente e Prefeito, com alternâncias por 24 anos. Hoje o panorama não mudou muito, e não é muito diferente daquele tempo. Os adversários não sentam juntos a mesa. Naquela época cada grei tinha o seu jornal. Os padres apoiaram a oposição à Panelinha, e foi um bafafá geral, no seio dos católicos, sendo que muitas senhoras chegaram a ser proibidas pelos maridos de irem à missa.
ALEGRETE– Fiz duas campanhas em causa própria. “Aprendi a conhecer  “rengo” sentado e cego dormindo”. Construí grandes amizades, que perduram até hoje. Quando encontro alegretense às vezes me emociona, pelo carinho e lembranças que guardam de mim. Dona Zeca que fez as bombachas de favo de abelha. O Velho Peludo, sobrinho neto do Honório Lemos, maragato de quatro costados, cabo eleitoral, que não negava fogo e  sempre ao meu lado, nas vilas e no interior. Aquela mocidade, formado por jovens arregimentadas pelo saudoso Joal Antunes  e José Carlos Moura Jardim (coordenadores), até hoje me procuram quando estou lá. Camargo, figura folclórica, no Alegrete e em Porto Alegre, suas proezas valeram citação nos dois livros “Anedotário da Rua da Praia”. Sempre de lenço vermelho, às vezes aparecia por lá e  dizia que era meu  guarda costa (para a mordia ser maior),  tinha fama de valente.  Naquele tempo, os comício na zona rural, tinham  churrasco. Os aproveitadores se deslocavam, para cortar carne sem pesar. Resolvemos não avisar pelo rádio, nossa programação interiorana, aos domingos ao meio dia, porque a noite íamos  para as vilas. As queridas e incansáveis senhoras da sociedade, donas Virginia Milano Galvão, Iolanda Flores da Cunha, Aurora Falceta Rodrigues. Andréia Coelho Lima e Vanda Antunes, esposas do vice Gaspar Antunes lideravam um grupo de mulheres, que percorriam as famílias do centro e vilas. O apoio logístico era dado pelo Raul Englert, Manuel Antunes, Manuel Barreiro e Benvindo Moutinho. Todos os contendores eram e são meus  amigos, Adão Faraco o vencedor, Bagre Fagundes, Miguel Trindade (falecido) e Claudio Rosso. Gente que a genbte não vaia esquecer nunca. Como vereador fui primeiro suplentes e assumi durante dois anos,  não voltei mais a Câmara por força de compromisso profissional. Para prefeito fiquei em segundo lugar, por uma pequena diferença. Recolhi da política, muitas coisas, como tolerância, “engolir sapos” e experiências para a vida e aumentei meu grupo de amigos. A dobradinha  dobradinha "FÉLIX- GASPAR".marcou época, passado anos conheci um jovem com este nome.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Causos do Morro & da ETA - Blog nº 27 - 19/03/2012

MORRO – Pela proximidade com Porto Alegre, recebia muitas figuras, já escolados em outros colégios. A maioria ficava um ano e se mandava ou mandavam embora. Era uma escola “internacional”, a enfermeira dona Anuncia (italiana), octogenária, sempre resmungando na sua língua.  Para tudo aplicava injeções, e dizia “baixe as calças, e vire a bunda, não tenho medo de pingolon”.  João da Horta um português baixinho, sempre fumando cachimbo, de taquara, com fumo em corda, um grande contador de aventuras de seu país. Mentia mais que réu em interrogatório, e divertia a gurizada. Tinha só 15 filhos. Seu Antônio, outro portuga, era um artista nos cuidados ao jardim europeu, que implantou, onde cultivava uma trepadeira carnívora, uma  atração quando florescia. As cidades mais representadas eram Alegrete, Caçapava e Santiago. Todos tinham apelidos, alguns impublicáveis. Gorila e Macaco criaram uma língua chamada “Hipolofitano”, desejam ensiná-la, mas não apareceram interessados. Depois com Mão de Onça, Caçador e Espadim de Veneza (que fauna), escreveram um roteiro para o filme, que fariam “O Segredo da Cascata”. No ano seguinte só restou o Macaco.  Donas Ana e Tilde as queridas copeiras, eram as nossas mamãezonas. Dona Ana, tinha uma história muito bonita, veio de Santa Rosa com seu filho para ingressar na Escola e foi convidada para trabalhar. O filho formado se tornou um grande técnico. Contava que quando o trem em que viajavam passou em Passo Fundo, entrou um guri, que logo fez amizade com o seu. Ela trazia galinha na farofa e repartia com ele, por coincidência estudaria no Morro. Chamava-se Leonel Brizola. Tempos depois o Leonel se elegeu Prefeito de Porto Alegre, e todas as semanas tinham audiências públicas, para o povo. Passava rapidamente ouvia alguns pleitos e deixavava os acompanhantes anotando. Saia sem, ouvi-la quando gritou Dr. Leonel sou eu, a Ana Capellari. Ele se foi, e de imediato mandou chamá-la. Só faltou pegá-la no colo. Lá também fui Presidente do Grêmio de Estudantes, chamado João Simplicio.

ETA – São tantos causos que dá para escrever um livro, mas fica para outro fazer.  Bailes, de fins de semana não se perdia.  O Manuel Bolota (turma de 1957) contava uma passagem,em um baile em Água Claras. Pegaram os cavalos da Escola e se mandaram, dançaram pra valer, no intervalo de uma marca, virou-se para o par e disse a senhorita soltou um... A guria ficou vermelha e pasma e disse eu não, sim, foste tu. Ela deixou-o no meio do salão. Vendo que daria confusão se mandaram. Em Viamão, no baile da Rainha da Primavera, um vivo apanhou vários talões de votação e distribui para a turma, mandando votar em Álvara Soares. Eleita, chamaram-na ao palco e não apareceu, sentindo o embuste, o promotor da festa, suspendeu o concurso. A turma tinha elegido o colega Álvaro.  Os de Montenegro introduziram o isqueiro a gás na escola. Toca era especialista na produção de gás metano, com acessória do Melão, que dominava a química. Depois da janta no dormitório, faziam  um laboratório, acendendo um fósforo, na hora da expedição do gás. Formava uma rápida chama. A Bic adquiriu a invenção, para seu primeiro isqueiro a gás.

(Mande suas colaboração para o próximo Blog)

terça-feira, 13 de março de 2012

BLOG Nº 26 - 14/03/2012

FORNO ALEGRE– Esta é a nova denominação de nossa Capital. Está passando por um processo de aproximação ao Astro Rei que ninguém suporta mais. Estamos pedindo que volte ao ponto do GELO ALEGRE. Aqueles calorzinhos do Alegrete irradiado, pelo seu solo de pedra moura é fichinha perto disto aqui. Por cima ainda recebo comunicação de amigos, ainda na orla marítima dizendo, isto aqui é um paraíso, só voltamos em abril. Que deboche com a gente.

ESQUERDA, DIREITA – Quando cheguei no Alegrete, todos os sábados e domingos, após o cinema tinha o Rádio Baile o Bingo no Caixeiral. Primeiro acontecia o desfile das "frangas", pela calçada da esquerda da Gaspar Martins (repetiam duas vezes o trajeto), pela direita passavam as mais modestas, que não freqüentavam a sociedade. Os "gajos" ficavam só apreciando os movimentos. A maioria, depois ia ao Bar do Gordo na frente do Clube Casino, disputar uma mesa, para tomar uma ceva Gazapina. Às 24 horas encerravam-se as festas.

CAUSOS DA ETA – Certa noite o Reitor do Seminário de Viamão Monsenhor Atílio Fontana uma figura carismática e grande pregador oficiavam missa no Centro de Estudantes. O grupo todo emperiquitado e atento, quando se ouve um alvoroço no galinheiro das Plymouth Rock Barradas (carijós). Olhamos e vimos que um dos que estava junto à porta dos fundos, tinha desaparecido logo se viu era que coisa dele. Melão falou baixo para a sua turma, depois tem galinhada lá no Rancho Minuano. Não deu outra. Depois, tornou-se uma respeitável autoridade policial, ocupava espaços nos jornais, pelo êxito das missões que comandava.  Que é o estudo!

FAMA - Em Cacimbinhas o carro de um viajante pifou numa estrada sem movimento. Sem alternativa, procurou onde dormir, para aguardar o ônibus da linha, no outro dia. Na beira da estrada, bateu à porta de uma casa, uma senhora atendeu, e contou seu problema. Ela disse, sou viúva, moro só, nem pensar senhor. Minha senhora sou rotariano, ético e respeitador. Então passe. A noite ela colocou uma camisola transparente e foi ao quarto do hospede, estou a sua disposição senhor, para qualquer coisa, vou deixar está lamparina acesa, perto da porta de meu quarto, que ficará aberta. Obrigado senhora e dormiu. No outro dia, após o café, convidou-o a dar milho as galinhas, qual surpresa dele ao ver, uma galinha e dois galos, perguntou, o porquê. Rapidamente ela disse um é rotariano. “Faz a fama e deita na cama, solito no, mas”

quinta-feira, 1 de março de 2012

ONTEM, HOJE e AMANHÃ

RETORNO – No meu tempo de guri, no verão, o banho era de sanga ou açude. Agora a gente diz que vai a praia. Logo se imagina a criatura de molho com esse sol. Que nada, gaúcho mais fica na areia e não enfrenta a água barrenta, fria e o vento nordestão. Faz aquele passeio do “abano”. Passa por um conhecido, abana. Vem outro dá um oi. Ai encontra aquele amigo de infância e vem aquele papo. Ao final diz: - Passa lá em casa para um churrasco ou chega na hora do mate. É um convite como aqueles de cariocas, aparece para lanchar comigo. Mas que dia e hora tchê ?

SINALEIRA – Ninguém gosta de parar em sinaleira por segurança, ou para não ser achacado. Estava indo para minha caminhada matinal, quando vejo parado no sinal, um  amigo do Alegrete. Estendi a mão com pedinte e bati no vidro, o vivente nem olhou, só sinalizou com o dedo.  Repeti o gesto nem bola. Bati com força e ele indignado virou-se para me mandar longe, tirei o boné e foi aquela risada. Como é triste a vida de quem pede, como dizia aquele sem teto, “humano  pobre não vale nada”.

CAUSOS DA ETA – Preciosidades de colegas (de internato), não sei o que contam de mim. Mas com o auxilio do Melão (Luiz Carlos Oliveira), vou relembrando algumas. Com o tempo vamos passando a limpo. Tem aquela de um metido a galã. Achava-se parecido com o astro mexicano Arturo de Córdova, cultivava bigode e usava glostora na cabeleira. Freqüentava a Sociedade Gondoleiros onde poucos colegas iam. Numa reunião dançante do Centro de Estudantes, apareceu uma guria com a foto e um cartão, com nome “ARTHURO DEL GALVEZ”, como estava ausente descobriram a malandragem dele.  Foi o que bastou. Na segunda-feira, quando retornou todos cairam em cima do “Arturito”, que até aquela data era o tal que usa Lifeboy.  Uma do Otto orador e pernóstico para falar estava com um grupo, quando passa o Seu Adolfo Narciso da limpeza. Lascou: -“ De onde vem e para onde vai este alegre verme rastejante ou  saindo de algum imbróglio”. Veio a resposta: -“Tantos elogios só o senhor merece porque estuda”.

RINCÃO DA TOSSE – (Acho que o Luiz Odilon publicou no seu Entrevero de Causos). No Alegrete um dos partidos tradicionais era a  UDN (Chimangos), que abrigava a velha guarda de estancieiros. Sempre reunidos em sua sede a Rua Gen. Sampaio, mateavam e passavam a limpo os assuntos políticos, o preço do boi e da lã. Aquele local era chamado pelos adversários, por Rincão da Tosse, por reunir os mais idosos que normalmente estavam sempre pigarreando.

PODÓLOGA – Para uma unha encravada fui a uma profissional. Atendeu-me toda paramentada, num box separado de outros por meia parede. Naquele silencio sepulcral fazia seu trabalho, quando ao lado entra uma senhora, que presumi ser jovem pelos papos com a depiladora.  Quando falam no tipo de serviço, ela disse: -“Não faz como a vez anterior, o AC achou horrível e que ficou parecido como cara de imberbe” ... A podóloga me olhou e me fiz de desentendido.