A SANTINHA DO CAVERÁ
Narro aqui um fato acontecido, há mais de trinta anos, nas montanhas do Caverá, entre Alegrete e Rosário do Sul.
Um pequeno grupo de caminhantes, vindo de onde, ninguém sabia, tinha a frente uma jovem vestida como se fosse uma santa, acompanhada por alguns animais. Caminhavam em busca de um paradouro. Seguiram em direção à Serra do Caverá, para acamparem. Ali pregaria sua mensagem. Era adorada, pronunciava frases religiosas e todos os acompanhantes oravam.
A notícia correu rapidamente, jornais, rádios e televisão, deram o fato como desejavam. Multidões se deslocavam para o local, em busca de milagres. Vendiam água da cacimba, como benta, surgiu um comércio de campanha, recebiam esmolas robustas. Era tratada por Santinha. Aparecia dizia algumas palavras e se retirava em oração. Voltava quando o público mudava. Comunicou que voltaria para sua cidade, e, construiria um grande templo. Foi embora levando muita grana e não deixou endereço. Ficou conhecida como a Santinha do Caverá, venerada por brasileiros, uruguaios e argentinos, enquanto estava lá. Ninguém ficou sabendo quem era. Seria uma discípula do além, que viera par se excruciar, ou uma pessoa que saiu do seu eremitério. Não estive lá, o que sei foi o que contaram.
Rui Barbosa
Entre tantas maravilhas nos deixou este texto, sempre válido para reflexões do acontece no dia a dia brasileiro, descansa em Paz, ÁGUIA DE HAIA”, aqui a coisa anda roxa.
“-Ignoto cleptomaníaco, se aqui vens por imperiosa necessidade, perdoar-te-ei, mas se fazes para satisfazer teus espíritos deletérios ou zombar de minha autoprosopopeia, dar-te-ei com meu cajado no alto da tua sinagoga e reduzir-te-ei as massas encefálicas em cinzas cadavéricas neste solo pátrio.”