segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Vinhos e Carreiras em Cancha Reta




   

Carreiras

De Encruzilhada, guardo muitas lembranças do tempo de criança e juventude. Nos períodos de ferias, sempre ia para fora. Antes para o meu Avô Clodomiro, depois para fazendas de amigos.

Na Fazenda Mariana, do Coronel Honório, a convite de seu neto Carlinhos (falecido). Só não faziamos chuver, campereadas, caçadas de tatu e muita prosa no galpão da peonada. Quando tinha carreiras  no Quero-Quero, era uma festa para a gauchada, caso não matassem um. Reunião gente do Boqueirão, Pinheiro, Sanga Negra e Passo das Carretas.

 Nas barracas, as quituteiras preparavam e vendiam, pasteis, galinha com arroz.  Carlinhos, neto do Coronel (tinha +/-15 anos), tratado por senhoria, em respeito ao Avô, que era venerado, pelo prestigio político e  gestos humanitários, com aquela gente simples. O guri tinha “copa franca”, volta e meia um pastel, uma garrafa de Gasosa e eu  na carona. 

Depois da corrida principal,  vinham as da peonada. A maioria já a "meia garrafa" pelo trago, era hora de pegarmos os pingos e nos mandar, enquanto não viesse bala.

 

Vinhos –
“Vinho é uma bebida mística e de ritual, usada sempre com moderação, por sábios e iniciados”.

Em 1998, descobri o mundo do vinho, fiz curso de degustação e li alguns livros( tenho + 10) e reportei-me ao meu tempo de estudante na ETA, quando estudava  Vinicultura e Vinificação, no livro do Professor Cantalício Preto de Oliveira, que fora o primeiro gaúcho estudar a ciência na França.

Tudo  tinha mudado, surgiram muitos nacionais, os estrangeiros eram raros e caros, quando apareceu o alemão azul Liebfraumilch. Desbancou os demais,  de duvidosa  qualidade, porém de preço, despertou para o consumo do nosso vinho e levou as vinícolas saírem do garrafão.

Representava na época mais de 50% das exportações do vinho alemão. Tinha “caráter agradável enganador". O legitimo Liebfraumilch, de qualidade indiscutível,  é produzido num vinhedo de 13 hectares, na cidade de Worms, na Alemanha. 

Fiz na ocasião uma série de dicas para leigos (onde me incluía), para enfrentar  com argumentos uma leva de ENOCHATOS que surgia. Voltarei ao assunto noutra ocasião.

“O leite da mãe querida” prestou um bom serviço ao vinho brasileiro.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário