Funcionam aqui, vinte e duas cafeterias, nunca vi nada igual, agora abriu mais uma, todas com movimento a qualquer hora.
Na rua os moradores se conhecem, trocam saudações e alguns conversam, parece uma pequena cidade do interior, o Bom Fim tem 40.000 habitantes, é um Oasis no seio da capital. Conhece-se o pessoal das bancas de rua pelo nome, o Elpídio chaveiro, dona Sandra das frutas, a Maria consertando sombrinhas. A da Simone (que me guarda a Folha aos domingos) e a do Pedro, dona Bia com suas flores, e a dona Juraci, que limpa três pequenos prédios e conhece a todos, chega cobrar um cumprimento, quando um despercebido não retribui. Tudo é gente amiga e alegre, nas lojas os atendentes conhecem os fregueses.
Os que se mudaram, voltam seguidamente aqui, meu amigo General Campos, com quem troco opiniões, é um que sempre encontro ou no Super ou na banca do Pedro. Alguns ao se mudarem conservaram seus Box, facilitando o estacionamento. É um caso para os sociólogos estudarem....
Um cartão perdido no Super, normalmente é devolvido a gerencia. Aqui se tem tudo o que se precisa, no eixo das ruas Oswaldo/Felipe/Fernandes Vieira/Ramiro.
Este é o Meu Bom Fim, depois dessa ode toda, a minha rua passou a ser divisora de bairros, e a numeração par pertence ao Bairro Rio Branco, pode uma agressão dessas. Vamos à luta.
Este capitulo é para 98% dos meus leitores que não conhecem a vida da nossa campanha.
A vida pastoril gaúcha é bem diferente do que muitos imaginam, nas estâncias sempre existiu organização, com o patrão ainda vivo, depois vira “A Casa de Viúva” e todos palpitam. A teoria de Adam Smith, do século XIII, que estudei em economia sempre foi aplicada, por lá, que é a divisão do trabalho. Assim cada peão tinha sua responsabilidade especifica, Hoje com advento da informa ática, celular e outras parafernálias as coisas mudaram, vejamos como era:
Peão Campeiro – Especialista no serviço de campo, que cuida os rebanhos, tem que ser bom cavaleiro e laçador, obedecer às ordens do Capataz e comunicar os fatos acontecidos.
Domador ou Ginete- Peão às vezes contratado, só para o trabalho de domar potros, podendo morar ou na fazenda. O serviço só é dado por pronto, quando o animal estiver, manso. Hoje com a doma racional, estão desaparecendo.
Guasqueiro– O artesão em couro fazia apetrechos transados ou costurados a tento.
Tropeiro - Tinha que ser bom campeiro, para conduzir tropas, chefiados por um Capataz, que ganhava o dobro do peão. Com o advento dos caminhões boiadeiros, estão desaparecendo.
Alambrador – Especialista em fazer cercas de arame, trabalham por empreitada.
Agregado ou Posteiro - Morador em pontos estratégicos da estância, chamado Postos, normalmente peões campeiros casados.
Peão Caseiro – Responsável pelo leite, arredores da casa e galpões, carneava o consumo e geralmente casado ou amante da cozinheira, sempre gordo e lustroso. Um faz tudo.
Tumbeiro ou Ligeiro – Conversador que se arranchava nas fazendas, com a bondade do patrão. Não esquentava banco e não eram muito chegados ao trabalho, fazia pequenas "changas.
No próximo Blog continua....
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