MADAME CORUJA - Agora,
principalmente em nossa orla oceânica, surgiu a paixão pela corujas, um animal
inofensivo, que “que não cheira nem fede”.
Alimentam-se principalmente de
besouros(cascudos), coleópteros de asas
duras (joaninhas, vira-bostas, megadomas).
Hoje seus territórios são intocáveis, como as terras indígenas e de carambolas.
Tudo começou num Réveillon, quando
na Praia de Capão da Canoa, foi
abortada a tradicional queima de fogos à meia noite. Uma petição de moradores,
em juízo sustou a prática. A queima seria na área onde um casal de corujas
tinha morada. Daí todas as praias
demarcaram e cercaram as tocas de corujas, como coisa que as aves fossem embora,
por causa de foguetes. Sempre queimaram
fogos nas areias do litoral, nunca se constatou que as corujas debandassem de
seus paradores, nem os furões abandonassem suas galerias. Venceram as corujas, hoje são senhoras do pedaço, com o cartaz: “Área de Preservação da Natureza, Proibido Entrar”. Nossa geração
foi extrativa e caçadora, hoje hábitos primários foram abandonados, antes até
os “tico-ticos” eram churrasqueados. Viva a natureza.
SERAFIM- BOI – Crie-me, em Encruzilhada
do Sul ouvindo lendas e estórias passadas, contadas por gerações. Entre tantas,
lembro-me o que diziam do tal “ Serafim-boi”. Agora sei que o próximo existiu mesmo. No
livro “Memória Encruzilhadense – Ozy
Teixeira”, seus filhos Dione, Flávio e sobrinha Alice Moreira, resgatam uma
crônica assinada por ele, em 1949 no semanário A Semana. Ali consta que, “ Serafim
era capaz de comer numa noite um terneiro de sobre ano, tomando mate todo tempo. Pela manhã restava no galpão, um
monte de ossos e erva mate usada”. Ainda fazia a proeza de “colocar água em ebulição na boca e lançar
sobre um cão, produzindo a queda do pelo”. No livro O Galpão do encruzilhadense Doutor
Darcy Azambuja, consta esta façanha.
Era
um índio velho, como diziam Tumbeiro que viveu em várias estâncias e seus
últimos dias na fazenda do Coronel Juca Teixeira,
seu protetor, no Irui naquele município, onde faleceu no início do século XX.
Não dá para duvidar de nada, pois gaúchos valentes sempre existiram.
SEU TAUBINHA – Aqui vai mais uma da ETA, e as histórias de internato, pois convivíamos, alguns anos
juntos, os que vinham de outros escola, apenas três anos. Todos se consideravam
irmãos e muitos parceiros. O que acontecia com um, todos ficavam sabendo e tinham muitas história. Seu TAUBINHA era o apelido do marceneiro
chefe. Ficava “buzina”, quando um
gaiato, assim o chamava. “Bixos eram
todos os que ingressavam no Curso Agro Técnico.
Numa hora de “trotes”, no início do
ano, chamaram o saudoso Dionísio que
viera de fora, e não conhecia ainda as malandragens da Escola. Mandaram na marcenaria procurar o Seu TAUBINHA e pedir uma tabuinha, para prateleira de armário. O Bixo obediente foi. Perguntou quem dos senhores é o Seu T.., ele salta e diz horrores para
o novato, que pensou, até aqui vou receber trote. Prosseguiu vim aqui para
conseguir com o senhor uma tabuinha... foi
o que bastou, para bota-lo porta fora e ir a Direção registrar o ato de desrespeitoso do “ inluno mal criado”. Esta foi o Olmes
Bica (Jararaca) que me lembrou.
(Panelão em Serafim Boi fazia fervido dos ossos que sobravam do assado)
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