quinta-feira, 3 de maio de 2012

Blog 33


MADAME CORUJA -  Agora, principalmente em nossa orla oceânica, surgiu a paixão pela corujas, um animal inofensivo, que “que não cheira nem fede”. Alimentam-se  principalmente de besouros(cascudos),  coleópteros de asas duras (joaninhas, vira-bostas, megadomas).  Hoje seus territórios são intocáveis, como as terras indígenas e de carambolas. Tudo começou num Réveillon, quando na Praia de Capão da Canoa, foi abortada a tradicional queima de fogos à meia noite. Uma petição de moradores, em juízo sustou a prática. A queima seria na área onde um casal de corujas tinha morada.  Daí todas as praias demarcaram e cercaram as tocas de corujas, como coisa que as aves fossem embora, por causa de foguetes.  Sempre queimaram fogos nas areias do litoral, nunca se constatou que as corujas debandassem de seus paradores, nem os furões abandonassem suas galerias.  Venceram as corujas, hoje são senhoras do pedaço, com o cartaz: “Área de Preservação da Natureza, Proibido Entrar”. Nossa geração foi extrativa e caçadora, hoje hábitos primários foram abandonados, antes até os “tico-ticos” eram  churrasqueados. Viva a natureza.

SERAFIM- BOI – Crie-me, em Encruzilhada do Sul ouvindo lendas e estórias passadas, contadas por gerações. Entre tantas, lembro-me o que diziam do tal  “ Serafim-boi”.  Agora sei que o próximo existiu mesmo. No livro “Memória Encruzilhadense – Ozy Teixeira”, seus filhos Dione, Flávio e sobrinha Alice Moreira, resgatam uma crônica assinada por ele, em 1949 no semanário A Semana. Ali consta que, “ Serafim era capaz de comer numa noite um terneiro de sobre ano, tomando mate  todo tempo. Pela manhã restava no galpão, um monte de ossos e erva mate usada”. Ainda fazia a proeza de “colocar água em ebulição na boca e lançar sobre um cão, produzindo a queda do pelo”. No livro O Galpão do encruzilhadense Doutor Darcy Azambuja, consta esta façanha.

Era um índio velho, como diziam Tumbeiro que viveu em várias estâncias e seus últimos dias na fazenda do Coronel Juca Teixeira, seu protetor, no Irui naquele município, onde faleceu no início do século XX. Não dá para duvidar de nada, pois gaúchos valentes sempre existiram.

SEU TAUBINHA – Aqui vai mais uma da ETA, e as histórias de internato, pois convivíamos, alguns anos juntos, os que vinham de outros escola, apenas três anos. Todos se consideravam irmãos e muitos parceiros. O que acontecia com um, todos ficavam sabendo e  tinham muitas história. Seu TAUBINHA era o apelido do marceneiro chefe. Ficava “buzina”, quando um gaiato, assim o chamava. “Bixos eram todos os que ingressavam no Curso Agro Técnico. Numa hora de “trotes”, no início do ano, chamaram o saudoso Dionísio que viera de fora, e não conhecia ainda as malandragens da Escola. Mandaram  na marcenaria procurar o Seu TAUBINHA  e pedir uma tabuinha, para prateleira de armário. O Bixo obediente foi. Perguntou quem dos senhores é o Seu T.., ele salta e diz horrores para o novato, que pensou, até aqui vou receber trote. Prosseguiu vim aqui para conseguir com o senhor uma tabuinha... foi o que bastou, para  bota-lo porta  fora e ir a  Direção registrar o ato de desrespeitoso do “ inluno mal criado”. Esta foi o Olmes Bica (Jararaca) que me lembrou.

(Panelão em Serafim Boi fazia fervido dos ossos que sobravam do assado)

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