sábado, 7 de abril de 2012

Água Amarga - nº 30

PROJETO RIO GUAIBA – Em 1982 conheci o Projeto Rio Guaíba, que tinha como meta sanear o Rio Guaiba e seus afluentes, eliminando todo o vestígio de esgoto de suas águas. O prazo inicial era de dez anos para ser concluído, achei razoável pelo vulto da obra, investimento e todas as decorrências de percurso. Passaram-se trinta anos,  e não se viu até hoje nenhum resultado. Porto Alegre vive em todos os verões ou de estiagens longas a proliferação das algas azuis, são as cianobactérias, que se desenvolvem em águas poluídas,  tóxicas, com odor e gosto repugnante. Pois bem praticamente esta é a água que servem aos porto-alegrenses agora. Tiraram as toxinas, ficaram o odor e o gosto, insuportáveis para qualquer mortal. Sempre apreendemos que a água potável, tem que ser transparente inodora e insípida. E agora como ficamos?

MARAGATO – Era o nome do cavalo crioulo de um colega lá do Alegrete, adquirido para ir a sua propriedade rural, nas proximidades  onde trabalhávamos e residiámos, na Agrotécnica.  Construiu uma estrebaria para o pingo e anexo um galpão de fogo no chão e mate. Marcou a inauguração. Ao clarear o dia, como combinado fomos matear, levei uma linguiça de quatro rodilhas, para o evento. Fogo grande, trempe para a chaleira de ferro, chucaleira (para o café) e grelha para os assados. Água aquecida, começou a correr o mate entre os amigos. Todos se olhavam e desconfiado do gosto do mate,  um levantou a tampa da chaleira e viu que a água estava turva e oleosa.  O vivente, não chegado as coisas do campo( era nascido e criado na vida urbana),  comprou à chaleira de ferro, na véspera  não lavando o interior,  protegido contra a ferrugem.  Encerrou-se a mateada, com uma gozação, ao neófito gaudério em lida campeira, terminamos a linguiça e fomos embora.  Maragato, nunca dormiu na cocheira, jamais foi a cavalo para a fazenda e mate nunca mais. O galpão ficou “almadiçoado...” como dizia o velho Dandão.
FICHA TELEFÔNICA – Na Praia da Joaquina, Florianópolis, fomos assistir um campeonato internacional de surf, "gente saindo pelos ladrões". Naquela época ( antes da modernidade), existiam poucos telefones fixos e usava-se muito o “orelhão” que funcionava com fichas, antes do advento do cartão. Um familiar buscava adquirir fichas e na lanchonete informaram o local de vendas. Foi ali e pediu trinta fichas, o vendedor destacou tíquetes e disse que família grande é a sua. Sem entender, recebeu entradas para uso do banheiro. Até hoje quando nos encontramos tomamos barrigadas de riso, lembrando-se do fato.  Uma solicitação truncada sempre causa embaraços

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