Casamento na Policia - Cacimbinhas uma comunidade promissora, tinha suas peculiaridades, com relação a matrimônios. Durante muito tempo, os filhos dos ricos casavam entre si. Famílias, grandes, muito campo, poucos trabalhavam, não estudavam. Com o crescimento natural das novas famílias, as estâncias iam sendo divididas e subdivididas, e em três geraçõe desapareciam os fazendeiros. Prevalecia a lei do mais forte, uns compravam, outros vendiam, os que compravam permaneciam ricos e os que vendiam, viravam “cidadãos” (iam para o povo). Era a velha sentença: -Avós ricos, filhos nobres, netos pobres. Por lá existia três tipos de casamentos, religioso, civil e na policia. Normalmente as duas primeiras cerimônias eram masi comuns. A terceira forma, só naqueles casos em que os namorados, pulavam a cerca e se serviam antes da hora. O rapaz, não dizia os motivos, mas ameaçava não casar, para reparar o mal. A família da moça, ferida na sua honra, apelava ao Coronel Fagundes (conselheiro mor da comunidade, que ajeitva tudo) que falava com o “atropelador” e se não o convencesse. Ai só restavam responder processo ou fugir. Uma mãe solteira era discriminada na família e sociedade. Imaginem esta lei cacimbinhense sendo aplicada hoje.
Política – Quem fez ou participou de política partidária, se desejasse, poderia escrever um livro com tudo que testemunhou ou foi agente. O político é como uma lâmpada acesa, enquanto tem luminosidades, atrai todos os tipos de insetos voadores. Depois que apaga-se, ficam no ostracismo. Esta consciência todos deveriam ter, pois é inexorável seu fim. Por isto deve-se sempre estar numa função, saber que não lhes pertence, e um dia voltará ao seu lugar. Para ingressar na vida politica, tem que aproveitar a passagem do "Cavalo Encilhado" e saber a hora de sair. Hoje politica, não é arte nem ação pelo bem comum, passou a ser o que todos os dias vemos e assistimos na midia. Virou emprego e porta para a corrupção. É triste, pois os bons cada vez mais irão se omitir de participar e triunfarão os demagogos, pensando em fazer seu futuro.
Camargo – Noutra oportunidade falei desse Maragato, do eixo Alegrete – Porto Alegre. Era folclórico, se prestava para servir, mas sempre esperando algum retorno, “não pregava prego sem estopa”. Certa vez ia para o Alegrete de trem, segunda classe, quando partiu o comboio, vinha em disparada pelo corredor uma gaúcho, filho de um grande estancieiro de lá. Enxergado o Camargo sentiu-se salvo. Nas suas pegadas um tipo forte de Uruguaiana, ao pedir socorro o conterrâneo levantando-se, com aquela voz grossa e volumoso corpo, gritou, quem bater neste guri bate em mim. O outro deu meia volta e se mandou. A arruaça era consequência de uma desavença no Maipu, por causa de mulheres, o alegretense, dando um soco no rosto do rival, aproveitou a confusão e se mandou. Mas nunca imaginou que iriam viajar juntos. Falaram com Chefe de Trem, pagou passagem para que o Camargo fosse sentar com ele na primeira classe, de gurda-costas. Chegando na estação o inimigo seguiu viagem. Ele desceu, agradeceu ao amigo, pela proteção. Deu até logo, e o Camargo, falou, não tu não vais só, eu vou te levar e te entregar ao teu Pai. Não deu outra, contou o acontecido com aumento a potencia N e por muitos anos, cada vez que visitava a cidade, “mordia” o velho estancieiro, pois tinha salvo seu filho mais moço.