É a festa maior dos gaúchos, preparam-se um ano para o evento, uns se preocupam na apresentação dos animais de suas cabanhas, outros para a noite.
Na década de setenta, a turma da fronteira reunia-se por cidades e associação de criadores e eram considerados os reis da noite. Os criadores da cidade de Guaçú Boi, (entre Itaqui e Uruguaiana) se juntavam a arrozeiros e davam as cartas nas noites porto alegrenses, quando as luzes se acendiam.
A Expointer durava duas semanas, vinham com famílias, às esposas retornavam em seguida e os “abandonados”, soltavam-se. Em certas casas eram chamados de Gauchinhos de Ouro, pelos garçons e garotas, pois eram grandes gastadores.
Numa noite festiva, foram ao Gruta Azul, Gordo, Gringo, Messias e Barroso, mesa farta em bebidas e bem acompanhados, quando passam dois amigos de uma cidade vizinha acompanhados de mulheres formais.
Gordo o mais afoito do grupo, lascou: - tchê larguem estas feias e passem para a nossa mesa, só tem princesas lá. São as nossas esposas responderam.
Foi um tiro no pé do atrevido. Não bastou aquilo, uma delas olhou-o e fulminou: - não te lembras de mim, que fui colega da Marfisa, tua esposa na faculdade em Santa Maria.
Depois do tiro, aquela flechada certeira no coração. Gordo ficou pálido, vermelho, suando, tonto e só queria desaparecer.
Pagou a conta e se mandou.
Na volta a Guaçú Boi, contou o acontecido aos amigos, mas ficou devendo como foi o acerto final com a Marfisa.
Antes as casas noturnas propagavam apresentações de bailarinas argentinas, garotas Streep tease, com farta publicidade, hoje mudaram o foco, divulgam o nome de chefes e os serviços de cozinha internacional.
Os tempos mudaram, ou os festeiros envelheceram?