quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Blog 213


Lá vai ela


Uma figura doce, alegre e comunicativa, apoiada numa bengala, aguardava um coletivo, e perguntou-me enquanto eu passava: “Ajuda-me  a subir no ônibus”?  Não respondi peguei em sua gélida e magra mão. Vamos lá. A porta não abriu, nos minutos seguintes, contou-me quase toda a sua vida. Era carioca, professora aposentada, com  dois cursos superiores,  90 anos.  Só viaja pelo Brasil. Em cada cidade gosta de andar  de ônibus, conversar com seu vizinho de banco, conhecer e apreciar cada rua por onde passa. Abriu-se a porta do ônibus, adentramos e acomodei-a  no primeiro banco. Lá se foi Helena límpida e leve como uma pluma, desejando transformar cada minuto da vida, que lhe resta, num sopro de alegria,  conversando e conhecendo pessoas tão anônimas como ela.

 

 

 

Indo ás compras


O consumismo foi ultrapassado pela modalidade do  hiperconsumismo, que vende até para quem não desejava comprar. A maquiagem, para isto,  inicia na indústria, na sofisticação das embalagens, com um elevado custo agregado, atraindo mais o consumidor pela imagem.

Quem vai ás comprar, é envolvido por  uma mensagem subliminar que engana o cérebro, pois é ele que comanda nossas atitudes. Todos os apelos envolventes, são aceitos facilmente.

Até nos restaurantes ao consultar o cardápio, os primeiros pratos  são caros, com nomes  exóticos. Ninguém imagina sentar-se à mesa e pedir um cozido, mas se for grafado em francês  russo ou inglês será logo aceito.

Nos supermercados as tentadoras “ofertas”,  ao invés de vender uma unidade vendem duas ou mais, pois estão estrategicamente colocadas com coloridos cartazes.  Assim também acontece nas lojas de departamentos. Amplas,  e com mil e uma tentações, em seus vários e longos corredores, com a mensagem  de que tudo está barato.

O manjado truque de todo o preço, terminar no 0,95 ou 0,99 centavos, é outro alçapão.